Longrich estava remexendo gavetas no Museu Peabody de História Natural, na Universidade de Yale, nos Estados Unidos, "para ver se havia algo interessante", contou. "Encontrei um resto de mandíbula estranha etiquetada como a de um dinossauro ornitópode. E, apesar de não saber o que era, estava claro que não era um ornitópode", disse ele à BBC. "Quando vi que havia sido encontrado no leste dos Estados Unidos, me dei conta de que podia ser algo que não havíamos visto antes".
O resultado é que se tratava de um ceratópsido de porte pequeno, com um chifre, bem diferente daqueles que haviam sido encontrados no oeste do continente. "Devia ser do tamanho de uma ovelha, tinha um bico e se parecia com o tricerátopo, mas sem os chifres na testa. Mas tinha dois pequenos chifres no rosto".
A descoberta é importante para as teorias de evolução geológica na América do Norte.
É uma evidência de que durante o período Cretáceo, entre 66 e 100 milhões de anos atrás, a América do Norte estava dividida e separada por um mar pouco profundo, que ia desde o Golfo do México até o Oceano Ártico.
A região oeste tinha o nome de Laradimia, e os dinossauros que viviam ali eram similares aos da Ásia, parte à qual o território estava ligado. A parte leste, Appalachia, era um continente-ilha, como a Austrália atual.
E a antiga Appalachia é, agora, uma zona de vegetação muito densa, o que a torna difícil de ser escavada para a descoberta de fósseis.
Por isso, há poucas descobertas como esta de Longrich, que observou que o pouco que foi descoberto no leste é muito diferente daquilo que se sabe do oeste. "Isso parece estar nos dizendo que há um padrão que tem a ver com a geografia da época... e os dinossauros tiveram seu próprio ritmo, evoluíram em suas próprias espécies".
FONTE: Terra